Pastor diz que desistiu
de queimar exemplares
do Alcorão nos EUA
Polêmica manifestação estava marcada para 11 de setembro na Flórida.
Jones diz ter feito acordo para deter construção de mesquita no Marco Zero.
Diante de sua igreja, o reverendo afirmou que sua decisão se segue a um acordo negociado com líderes islâmicos americanos, que inclui que não sejam mais construídos uma mesquita e de um centro cultural islâmico previstos para o Marco Zero de Nova York, local dos ataques terroristas de 11 de Setembro.
Os responsáveis pela obra, no entanto, disseram que não há acordo nenhum para a mudança do lugar da construção.
Poucas horas depois da declaração de que cancelaria o plano, o pastor voltou a falar em público para dizer que a decisão não era definitiva, e poderia ser repensada. "Poderemos ser obrigados a revisar nossa decisão", declarou. "Agora há uma suspensão provisória do evento planejado", disse Jones.
Jones -que não respondeu a perguntas dos jornalistas- disse que vai a Nova York no sábado para conversar sobre o tema com o imã da cidade.
A construção tem opositores, que a consideram ofensivas às famílias da vítima dos atentados realizados em 2001 pela rede terrorista da al-Qaeda.
Pressão internacional e interna
O recuo de Jones ocorre após grande pressão internacional contra o ato que, segundo ele, tinha o objetivo de protestar contra o radicalismo islâmico e sua crescente influência na agenda política americana.
O governo dos EUA chegou a emitir nesta quinta-feira um alerta sobre risco de atentados terroristas em represália ao protesto.O anúncio da queima dos livros gerou protestos do governo americano, de governos estrangeiros e de várias entidades.
O secretário de Defesa, Robert Gates, disse que o ato iria colocar em risco as tropas americanas e aliadas que lutam contra terroristas em países como Afeganistão, Paquistão e Iraque.
A Interpol também advertiu sobre possíveis ataques.
Mais cedo, o próprio presidente dos EUA, Barack Obama, havia apelado para que Jones desistisse do protesto. Para o democrata, ele serviria de estímulo para que terroristas recrutassem militantes.
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